O QUE É DROGA?
Drogas são substancias capazes de alterar o funcionamento do organismo humano. Dependendo da natureza e composição das mesmas elas podem agir em determinados locais ou no organismo como um todo. Toda droga tem seus efeitos, porém eles não se manifestam da mesma maneira em todos os organismos, especialmente porque cada droga tem sua contra-indicação.
DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS
Há dois grandes grupos de drogas, que não as agrupam segundo as suas características, mas segundo as convenções e exigências sociais. São eles o grupo das
drogas lícitas e o grupo das drogas ilícitas.As drogas são substâncias capazes de produzir alterações nas sensações físicas, psíquicas e emocionais. Sendo assim, energéticos, café, refrigerantes, chocolates, dentre muitos outros alimentos, contêm substâncias que podem ser consideradas drogas pois alteram de alguma maneira as sensações de quem as ingere. Estas, porém, se ingeridas em quantidade moderada não representam nenhuma ameaça para o ser humano. Se, no entanto, são demasiadamente utilizadas por alguém, podem causar uma leve dependência e problemas de saúde futuros.Elas são utilizadas para diversos fins desde a antiguidade. Podem ser utilizadas para curar doenças ou obter prazer. Entre as drogas lícitas estão os medicamentos em geral (os quais só são permitidos sob prescrição médica), o
álcool e o cigarro, além dos alimentos já citados.
As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que são aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e o álcool. Outros exemplos de drogas lícitas: anorexígenos (moderadores de apetite), benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a ansiedade), etc.
Já entre as principais drogas ilícitas , ou seja, são drogas cuja comercialização é proibida pela legislação. Além disso, as mesmas não são socialmente aceitas. estão a
maconha, a
cocaína, o
ecstasy, o
crack, a
heroína, etc. Existem ainda outras substâncias que causam dependência, mas que são vendidas livremente para outros fins como a cola de sapateiro e o hypnol. Há diversas outras drogas que também são utilizadas da mesma maneira e algumas delas ainda nem são conhecidas pelo ministério da saúde e pelas autoridades judiciais.Drogas lícitas são aquelas permitidas por lei, as quais são compradas praticamente de maneira livre, e seu comércio é legal. Drogas ilícitas são as cuja comercialização é proibida pela justiça, estas também são conhecidas como “drogas pesadas” e causam forte dependência.
OBS: É importante ressaltar que não é pelo fato de serem lícitas, que essas drogas são pouco ameaçadoras; a alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o órgão, as drogas ilícitas respondem por 0,8% dos problemas de saúde em todo o mundo, enquanto o cigarro e o álcool, juntos, são responsáveis por 8,1% desses problemas. Nesse sentido, muitos questionam a aceitação, por parte da sociedade, das drogas lícitas, uma vez que as mesmas são prejudiciais para a saúde e também causam dependência nos usuários. Assim, o critério de legalidade ou não de uma droga é historicamente variável e não está relacionado, necessariamente, com a gravidade de seus efeitos. Alguns até mesmo afirmam que esse critério é fruto de um jogo de interesses políticos, e, sobretudo, econômicos.
Classificação das Drogas
As drogas podem ser classificadas de acordo com sua atuação no Sistema Nervoso Central (SNC)
01.Perturbadoras: perturbam o funcionamento do SNC
02.Estimulantes: aceleram o funcionamento do SNC
03.Depressoras: deprimem o funcionamento do SNC
DROGAS PERTUBADORAS DO SNC:
01.Naturais (maconha, cogumelos, cactus, caapi, chacrona, lírio, datura (trombeteira), etc
02.Sintéticos (LSD, Ecstasy)
03.Anticolinérgicos
- O que são?
As drogas perturbadoras produzem alteração do nível de consciência e podem induzir a delírios e alucinações. À exceção dos anticolinérgicos, não têm utilidade médica e são chamadas de alucinógenas. Há dois mil anos já integravam cerimônias religiosas dos nativos da América.
- Reações:
Pânico com alto grau de ansiedade e medo. É a chamada "bad trip", ou viagem ruim. O usuário também vê imagens simples, linhas ou traços de objetos, como se fossem luzes ou figuras geométricas vistas nos cantos dos olhos, ou rastros de luz seguindo objetos em movimento. Experiências emocionais complexas, como tristeza, ansiedade ou idéias paranóicas podem se repetir por alguns dias ou semanas após a ingestão.
-
Dependência:
As drogas perturbadoras do SNC não causam dependência física. Portanto, não provocam sintomas de abstinência. Mas causam dependência psicológica.
-
Efeitos:
Causam sensações subjetivas de aumento de atividade mental e do sentido da audição
Alteram o nível de consciência
Diminuem a capacidade de diferenciar-se do meio ambiente
Levam à introspecção
Alteram as imagens corporais
Induzem percepções sensoriais anormais (ilusões e alucinações)
Aumentam as pupilas, a temperatura do corpo e a pressão arterial.
As Drogas Perturbadoras Naturais:
01. Maconha:
Trazidos ao Brasil pelos escravos africanos, os feixes da Cannabis sativa eram usados para fazer cordas. O nome maconha se origina do rearranjo das letras c-a-n-h-a-m-o.
Seu princípio ativo é o Tetrahidrocanabinol (THC), cujo uso habitual pode determinar alterações que dependem do estado emocional do usuário. Normalmente, a maconha causa:
- aumento da percepção dos sentidos, perturbação da noção de tempo, perturbação da memória de fixação e dificuldade para calcular espaço e distância.
- confusão entre fantasia e realidade, sensação de relaxamento, acessos de euforia e de riso incontrolável, aumento da libido, desconfiança e perda do senso crítico.
- tremores finos das extremidades do corpo, redução da força muscular, taquicardia, náuseas, boca e garganta secas e irritação com vermelhidão dos olhos.
Os efeitos iniciam-se alguns segundos depois de fumar, atingem seu ápice em 30 minutos e desaparecem 2 a 4 horas depois. A síndrome amotivacional - perda do interesse e desmotivação generalizada - pode estar presente nos usuários da maconha.
Fumada geralmente em grupos, com o cigarro passando de mão em mão, a fumaça extremamente aquecida da maconha provoca transformações malignas nos pulmões, mais graves do que a fumaça do tabaco. O metabolismo se dá no fígado e nos pulmões e a substância se deposita nos tecidos gordurosos do cérebro e testículos. O depósito nos testículos provoca azoospermia (redução do número de espermatozóides) ou aumento de células anormais de esperma, causando esterilidade temporária. A fertilidade se normaliza com a interrupção do uso da droga.
02. Haxixe:
É a resina que a planta Cannabis sativa secreta para proteger o broto. É aproximadamente 10 vezes mais potente do que a maconha. Apresenta-se como pasta sólida, moldada em pequenas bolotas e vendida assim para consumo. Como a maconha, o haxixe é fumado.
Efeitos do uso da Cannabis sativa (maconha e haxixe)
- euforia, sensação de relaxamento, aumento da libido, alteração da noção de tempo e distância, aumento do apetite, interação social diminuída, prejuízo da memória recente, prejuízo na realização de tarefas múltiplas, desconfiança, tremores finos, queda da temperatura, redução da força muscular, boca seca, olhos vermelhos, náuseas, cefaléia, queda da pressão arterial.
03. Santo Daime:
A seita Santo Daime ou Culto da União Vegetal, e outras seitas, são encontradas no Norte do país, sendo inexpressivas no Sul. O Santo Daime tornou-se famoso pela "conversão" de alguns artistas. A caapi e a chacrona (chamadas também de Ayahuasca) são usadas juntas em forma de chá durante os rituais. As alucinações produzidas pela bebida são chamada de "mirações".
04. Datura:
A planta datura, também conhecida como cerca viva ou trombeteira, é usada na forma de chá. Outras plantas alucinógenas encontradas com facilidade são a saia branca e o lírio.
05. Cactus e cogumelos:
Os cactus e os cogumelos são encontrados na América Central. Usados na forma de chá ou mastigados, produzem alucinações com temas religiosos e por isso são usados em comemorações e rituais sagrados.
As Drogas Perturbadoras Sintéticas:
01. LSD:
O ácido lisérgico teve sua época de abuso na década de 60, durante o movimento hippie. É vendido na forma de pó, solução, cápsula ou comprimido. Sem cor nem sabor, também é vendido em cubos de açúcar ou em pedaços de papel absorvente. Pode ser usado por via oral ou injetado na veia.
O LSD é um potente alucinógeno. O usuário acredita que pode voar ou andar sobre as águas. As alterações dos sentidos distorcem cores, formas e contornos; sons podem adquirir forma ou cor. Causa grande ansiedade. Os efeitos se iniciam 40 a 60 minutos após a ingestão, atingem o pico em 90 minutos e duram de 6 a 12 horas. Tontura, fraqueza e uma série de alterações fisiológicas são substituídas por euforia e alucinações.
02. Ecstasy:
Também conhecida como a "droga do amor", apesar de não ter efeito afrodisíaco como se apregoa. Seu outro nome é MDMA - MetilenoDioxoMeta Anfetamina, droga considerada ilícita desde 1985. Além de efeito estimulante, tem também efeito alucinógeno, o que é duplamente perigoso. Com estômago vazio, os efeitos aparecem 20 a 60 minutos depois de ingeridos os comprimidos e podem durar entre 6 e 8 horas. O usuário apresenta intensa felicidade, loquacidade, sensação de segurança e leveza, melhora da receptividade social, aumento da sensualidade, aumento da temperatura corporal (até 42 graus), intensa sede (por desregulação do sistema diurético) e sensação de eletrificação da pele. A combinação da droga com a música determina vontade de tocar as pessoas. A dança produz um estado de transe similar ao experimento em rituais tribais ou em cerimônias religiosas primitivas.
03. Anticolinérgicos:
São substâncias que bloqueiam as ações da aceticolina (um neuro-transmissor cerebral). produzem efeitos sobre o psiquismo e em diversos sistemas biológicos quando usados em doses elevadas. Desencadeiam alucinações e delírios persecutórios, que dependem da personalidade de cada usuário e de sua condição física. Induzem à sensação de bem estar, sentimento transitório de alívio, causando visão borrada e sensibilidade à luz. Os efeitos podem durar por 2 a 3 dias. Também produzem efeitos somáticos como dilatação da pupila, boca seca e palpitações. Os batimentos cardíacos podem chegar a 150 por minuto.
Os anticolinérgicos de abuso mais comuns são os medicamentos usados para tratamento da doença de Parkinson, comercialmente vendidos como Artane e Akineton.
Seus efeitos são: agitação psicomotora, ansiedade, boca seca, dificuldade para engolir, visão borrada, fotofobia, pele seca e quente, distensão abdominal, retenção urinária, ritmo cardíaco aumentado, hipertensão arterial, mania de perseguição.
Drogas Estimulantes do SNC:
As drogas estimulantes têm como principal efeito o aumento da atividade mental, com conseqüente estado de alerta exagerado, diminuição do apetite e insônia.
Principais drogas estimulantes: Cocaína, Nicotina, Anfetaminas e Cafeína.
Os estimulantes causam inquietação, insônia, ataque de pânico, alto nível de irritabilidade, desconfiança, paranóia, alucinações, confusão mental, depressão, letargia e anormalidades nasais.
01. Cocaína:
A cocaína é uma susbtância natural extraída das folhas de uma planta encontrada exclusivamente na América do Sul. Foi muito usada para fins médicos, principalmente como anestésico tópico em cirurgias oftalmológicas, do nariz e da garganta.
A cocaína pode chegar ao consumidor na forma de um sal, o cloridrato de cocaína (também chamado de pó, neve, branquinha e dezenas de outros nomes), ou de uma base, o crack. O pó é solúvel em água e pode ser aspirado ou dissolvido para uso endovenoso. As pedras de crack se volatizam e são fumadas numa espécie de cachimbo.
Um produto grosseiro obtido nas primeiras fases de preparação, a pasta de coca, contém muitas impurezas e é fumada em cigarros chamados bazucos.
A cocaína causa dependência psicológica. O termo "fissura" denomina o desejo de repetir a droga para sentir novamente os efeitos "agradáveis", e não para diminuir ou abolir os efeitos desagradáveis da abstinência.
A cocaína vendida nas ruas é normalmente misturada com outras substância para render mais ao traficante, o que a torna extremamente impura. As misturas mais comuns são feitas com açúcar, gesso, lidocaína, maizena e pó de mármore. Uma overdose pode provocar a morte por aumento da pressão arterial, taquicardia, fibrilação ventricular, parada cardíaca e convulsões.
Efeitos: A ação mais óbvia é a estimulação do Sistema Nervoso Central. O "baque" é uma sensação de prazer difícil de descrever, que associa intensa euforia e idéia de poder, redução da fadiga com aumento da energia, redução da necessidade de sono, aumento das sensações sexuais, menos apetite, estado de excitação e hiperatividade com aceleração do pulso, aumento do ritmo respiratório, febre, pressão arterial acentuadamente aumentada, tremor nas mãos e agitação psicomotora.
Psicose Cocaínica: caracteriza-se pelo aparecimento de idéias delirantes (de perseguição) e alucinações tácteis (sensação de bichos caminhando sob a pele). Se a droga é suspensa a sintomatologia desaparece em poucos dias. Segue-se um período de intensa sonolência e quadro depressivo que pode durar várias semanas.
02. Crack:
O crack é um sub-produto da cocaína, obtido a partir da cocaína não refinada (pasta básica), acrescida de uma substância básica, geralmente o bicarbonato de sódio.
É vendido na forma de pequenas pedras porosas, de um branco sujo, amarelado. Pouco solúvel na água, se volatiza e pode ser fumado em cachimbos de fabricação caseira. Uma pedra não rende mais do que duas horas de sensações. A ação acontece em aproximadamente 8 segundos, produzindo frenética euforia e intensa excitação. Quando a pedra se esgota, sobrevém a exaustão, o corpo amolece e o usuário entra em sono profundo.
Droga de uso simples e barata, é de fácil acesso para menores carentes.
O crack diminui o apetite, provoca agitação psicomotora, euforia, desinibição, taquicardia, dilatação da pupila, aumento da pressão arterial e transpiração. Eventualmente aparecem alucinações visuais ou tácteis. A dependência acontece em poucos dias. O usuário crônico apresenta cefaléias, tontura e desmaios e pode morrer de infarto agudo do miocárdio, numa overdose. É mais potente e prejudicial do que a cocaína inalada ou injetada.
03. Nicotina:
O cigarro é a droga lícita de maior consumo no mundo. Não por acaso é também a droga de maior expressão econômica. O Brasil é o sexto produtor mundial de fumo, produzindo cerca de 170 bilhões de cigarros por ano. Também é o maior exportador de fumo, responsável por 275 mil toneladas ao ano que movimentam cerca de R$ 7 bilhões. Mais de 70% seguem para o governo na forma de impostos. Aproximadamente 30% dos brasileiros são fumantes.
Tanto patrimônio envolvido determina uma campanha de vendas agressiva por parte das indústrias. Sistematicamente, a indústria do fumo vem manipulando quimicamente o cigarro, quer pela produção do fumo supernicotinado, quer pela adição de amônia. Usada para realçar o sabor, na realidade a amônia determina liberação de maiores quantidades de nicotina do tabaco. A nicotina é o agente responsável pela dependência física, provoca alterações importantes em diversos órgãos do corpo e induz à manutenção do hábito.
Normalmente o jovem inicia o uso por curiosidade. Mas recebe intensas pressões sociais, culturais e psicológicas que reforçam o uso e o estabelecimento da dependência.
Efeitos: A nicotina determina sensações de prazer, melhoria subjetiva da memória, aumento da vigilância e melhoria de desempenho no trabalho. Altera, contudo, a liberação de hormônios psicoativos, com aumento de lipoproteínas, substâncias responsáveis por aumento da pressão arterial, isquemia do miocárdio, aumento da freqüência cardíaca, vasoconstrição dos vasos, além da dependência física.
O monóxido de carbono é responsável pela redução da capacidade de oxigenação do cérebro e dos músculos. Outras substâncias presentes, tais como os aldeídos, o ácido cianídrico, os radicais livres (oxidantes) e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, entre outros, são os responsáveis pelas alterações orgânicas graves que vão se desenvolvendo à medida que a dependência ao cigarro prossegue. Alterações pulmonares (enfisema, insuficiência respiratória, bronquite, maior vulnerabilidade às infecções), complicações circulatórias em geral, aumento da predisposição para diversos tipos de câncer (da boca, da laringe, da faringe, etc) fazem parte das graves repercussões do fumo para o organismo humano.
04. Anfetaminas:
São substâncias sintéticas, poderosas estimulantes do Sistema Nervoso Central, que determinam a diminuição do apetite, aumento da energia e redução do sono. São comumente usadas como boletas, que mantém o indivíduo "ligado", insone, com o apetite diminuído e a sensação de uma energia inesgotável. Provocam ainda aceleração da fala e inquietação.
As anfetaminas são muito usadas pelos motoristas de caminhão e por estudantes.
O "rebite" - seu nome popular - visa manter o usuário acordado. O principal uso médico é para o tratamento da obesidade, na forma de moderador de apetite. Porém, o peso perdido reaparece pouco depois da interrupção da droga.
Efeitos: As anfetaminas desenvolvem importante tolerância (necessidade de aumento da dose para obtenção do mesmo efeito) e dependência física discreta, o que contraria a idéia de que estas drogas não podem ter seu uso interrompido de imediato. A dependência psicológica é bastante intensa. É comprovada a existência de psicose induzida por anfetaminas. O usuário se torna extremamente desconfiado, apresenta pupilas dilatadas, taquicardia, aumento da pressão sangüínea, agressividade, irritabilidade e paranóia. Esta psicose pode se confundir com um quadro esquizofrênico agudo.
05. Cafeína:
Trata-se de uma substância química encontrada em plantas de chá e nas sementes do café. Afeta os sistemas circulatório e respiratório quando ingerida em doses elevadas. Pode ser encontrada em alguns medicamentos para enxaqueca e em refrigerantes. A dependência física pode ser discreta em usuários que abusam da substância.
Drogas Depressoras do SNC
As principais drogas depressoras do Sistema Nervoso Central são: álcool, barbitúricos, ansiolíticos e hipnóticos, opiáceos ou narcóticos (morfina, codeína, meperidina, propoxifeno e heroína), colas, solventes e aerossóis.
01. Álcool:
Historicamente, é a droga legal mais difundida na sociedade. Depressora do SNC, é uma substância com altíssimo potencial de abuso. Leva os indivíduos, independente do nível sócio-econômico-cultural, a comprometimentos que vão desde simples intoxicação a quadros clínicos e psiquiátricos graves, acompanhados de desagregação social.
Apesar de ser reconhecido como doença - à medida que o usuário perde a capacidade de escolher entre beber e não beber - o alcoolismo ainda não tem suas causas completamente conhecidas. Mas considera-se que o somatório de fatores biológicos, sociais e psicológicos desencadearia a patologia que, durante anos, desafiou profissionais e levou à formulação de inúmeras teorias.
02. Barbitúricos:
Derivam do ácido barbitúrico e já tiveram maior importância na medicina. São usados no tratamento da insônia e das epilepsias. Seu maior efeito é sedativo e não para alívio da dor. Provocam sonolência, diminuição da tensão, com sensação de calma e relaxamento, dificuldade de raciocínio e de concentração. São drogas perigosas porque sua dosagem terapêutica é muito próxima de sua dose letal. A associação com o álcool duplica o efeito depressor de ambos e pode matar. São exemplos famosos as mortes dos astros Janis Joplin, Marilyn Monroe e Elvis Presley.
Os barbitúricos determinam dependência física e psicológica. A síndrome de abstinência (falta da droga) é importante, marcada por insônia rebelde, ansiedade, tremores, irritação, convulsões e delirium, que podem levar à morte por parada respiratória. A gravidade da crise de abstinência requer obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização.
Efeitos: Fala arrastada, dificuldade de concentração, descoordenação motora, marcha cambaleante, aprofundamento do sono até o coma e redução dos movimentos respiratórios até a parada respiratória.
03. Ansiolíticos:
São drogas depressoras que determinam a eliminação da ansiedade e alguns efeitos somáticos que ela pode causar. São chamadas de tranqüilizantes. Suas propriedades farmacológicas são de ação tranqüilizantes, relaxamento e anticonvulsivante.
Efeitos: Diminuição da ansiedade, indução do sono, relaxamento muscular e diminuição das convulsões. Segundo os especialistas, essas drogas perdem eficácia após 1 a 2 meses de uso diário. Sua prescrição é somente para casos graves de ansiedade e durante 2 a 3 semanas. Podem causar sedação acentuada com sonolência e vertigem, dificultam os processos de aprendizagem e memorização e prejudicam as funções motoras, comprometendo o uso de maquinários e a condução de veículos.
04. Hipnóticos:
São substâncias essencialmente usadas nas diferentes formas de insônia (dificuldade para conciliar o sono, despertar precoce, etc.). Entre as desvantagens, alteram o padrão natural do sono e perdem eficácia se utilizados todas as noites por mais de duas semanas. São drogas freqüentemente presentes nas tentativas de suicídio. Possuem alto potencial de dependência física e psicológica.
05. Opiácio ou Narcóticos:
São drogas derivadas de uma planta, a papoula. Os opióides com efeito analgésico também são conhecidos como narcóticos ou drogas hipoanalgésicas. Elas agem sobre o controle da dor, inibem o reflexo da tosse e diminuem a motilidade intestinal. Causam depressão generalizada do Sistema Nervoso Central, com sonolência, alteração da consciência, redução dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos, eriçamento dos pêlos corporais, contração das pupilas e confusão entre fantasia e realidade.
Os opiáceos provocam intensa dependência física, grande tolerância e uma dolorosa e violenta síndrome de abstinência. O abstinente fica apático, sofre náuseas, vômitos, fica hipotenso, com respiração fraca, hipotérmico, com pele fria e azulada, sente calafrios, cãimbras, corrimento nasal, lacrimejamento, inquietação, irritabilidade e insônia. Esse estado pode durar de 8 a 12 dias. A evolução da síndrome vai comprometendo os níveis de consciência até o coma.
Há vários tipos de Opiáceos, que podem ser usados de formas diferentes:
Opiáceos naturais: morfina (o mais potente analgésico conhecido) e codeína (produz acentuada depressão das funções cerebrais);
Opiáceos semi-sintéticos: heroína (obtida por acetilação da morfina) e metadona (para tratamento de dependentes de morfina e heroína);
Opiáceis sintéticos: analgésicos (meperidina, propoxifeno, buprenorfina) e antidiarréicos (difenoxilato).
A heroína é injetada endovenosamente. O ópio é fumado e pode ser cheirado. Os medicamentos derivados podem ser injetados ou usados via oral.
Efeitos: turvação do funcionamento mental; alteração do humor; euforia; sensação de flutuação e distanciamento; confusão mental; pupilas contraídas; rubor sobre a pele; movimentos respiratórios lentos; movimentos intestinais lentos; contrações musculares.
06. Colas, solventes e aerossóis:
São substâncias inalantes com efeitos psicoativos. A inalação de substâncias com tais características remonta à antiga Grécia. Clorofórmio, éter e gás hilariante vêm sendo usados desde 1800. O abuso de solventes teve seu ápice nos anos 50; os aerossóis e a cola, na década de 60, usados no aeromodelismo. A composição dos produtos é variada, algumas vezes múltipla e, muitas vezes, desconhecida. O tolueno e o benzeno são os componentes fundamentais das colas e solventes (tiners, tintas, etc), enquanto os hidrocarbonetos halogenados (fluorcarbonos) são os propelentes habituais de sprays e aerossóis. Também os derivados de petróleo (acetona, fluidos de isqueiro, gasolina, chumbo tetraetila e benzeno), as soluções de limpeza, líquidos de refrigeração (gás freon), corretivos tipográficos, removedores de manchas, clorofórmios, éter, etc. Um produto bastante conhecido no Brasil é o "cheirinho da loló", usado por adolescentes, preparado à base de clorofórmio e éter, para fins unicamente de abuso. Como sua composição exata é desconhecida, casos de intoxicação aguda podem apresentar complicações e são de difícil atendimento médico.
A inalação objetiva produzir um estado psicológico anormal e agradável para o usuário. A via inalatória garante acesso quase instantâneo ao cérebro. Alguns autores dizem que a principal diferença entre intoxicação alcoólica aguda e por solventes está de fato de que na última podem ocorrer alucinações. O uso causa euforia e os efeitos começam em poucos segundos, com duração aproximada de 15 a 45 minutos. O usuário repete as aspirações várias vezes para manter a euforia e a hilariedade. Apresenta distúrbios de conduta, com hiperatividade motora, tonturas, tosse, muita salivação, perturbações auditivas e visuais, sensação de instabilidade, lacrimejamento, corrimento nasal e irritação das vias respiratórias. Nos usuários mais pesados, encontram-se vermelhidão e escoriações ao redor da boca (nos cheiradores de cola).
O uso contínuo causa ainda confusão e torpor mental, perda do autocontrole, visão embaraçada, visão dupla, cólicas abdominais e cefaléia, ocorre deterioração do estado de consciência, redução acentuada do estado de alerta, com marcha hesitante, fala pastosa, descoordenação motora e ocular e em casos extremos ocorre estado de coma associado a convulsões e atividade onírica marcada por sonhos bizarros.
Efeitos: euforia; tontura; vertigem; sensação de estar flutuando; desinibição do comportamento; irritação ocular; visão dupla; confusão mental; desorientação; alucinações visuais e/ou auditivas; redução do estado de alerta; marcha vacilante; inconsciência; convulsões.
Com exceção das drogas que são utilizadas para fins medicinais, as demais em nada contribuem para o crescimento e desenvolvimento das pessoas como seres humanos.
CLASSIFICAÇÃO DOS USUÁRIOS DE DROGAS
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os usuários de drogas podem ser classificados em quatro categorias:
· não usuário: nunca usou droga;
· usuário leve: utilizou drogas no último mês, mas o consumo foi menor que uma vez por semana; · usuário moderado: utilizou drogas semanalmente, mas não todos os dias no ultimo mês;
· usuário pesado: utilizou drogas diariamente durante o último mês.
CONSEQUÊNCIAS DA DROGA
Além dos prejuízos no âmbito da saúde do indivíduo, que são irreparáveis e muitas vezes incontroláveis, há um prejuízo imensurável no que diz respeito à vida social, familiar, emocional e psicológica da pessoa. Por esse motivo, é preciso uma campanha de conscientização constantes, além de ser extremamente necessário o atendimento de famílias carentes para que elas possam ter condições de manterem-se e não caírem em doenças como a depressão que levam naturalmente ao uso das drogas. A condição social do indivíduo é influente e contribui para o uso ou não das drogas, pois na maioria das vezes estas são consideradas uma fuga da realidade que essas pessoas enfrentam, e por isso se torna tão freqüente o seu uso.Um outro fator importante é a formação individual que cada um deve receber enquanto ser humano. Esse é um dos principais motivos de jovens do mundo inteiro recorrerem às drogas, o fato de se sentirem sozinhos ou perdidos, sem muitas experiências de vida e sem boas referências para descobrirem que caminho querem seguir. Essa batalha não é simples e não se resolve apenas com informações básicas como estas a respeito do uso de drogas, mas já é um começo. Temos que encarar que qualquer pessoa pode cair nessa “cilada” e que para evitarmos maiores danos temos que ser exemplos de pessoas que não precisam fazer uso desses artifícios para ser bem-sucedidos pessoal e profissionalmente.
TIPOS DE PREVENÇÃO
Definidos a população-alvo, suas necessidades, os objetivos e as metas, pensar-se-á nos tipos de intervenção preventiva baseados nos três níveis de prevenção, tradicionalmente enfocados na medicina, a saber:
Prevenção primária - quaisquer atos destinados a diminuir a incidência de uma doença numa população, reduzindo o risco de surgimento de casos novos;
Prevenção secundária - quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência de uma doença numa população reduzindo sua evolução e duração;
Prevenção terciária - quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas numa população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença.
Prevenção primária
A prevenção primária pretende intervir antes que surja algum problema, no sentido de ser um conjunto de medidas que visam uma educação para a saúde. Aqui destacam-se três pontos essenciais:
Esta intervenção tem que ser precoce - tem que se aplicar a crianças através do oferecimento de atividades prazerosas, criativas e educativas;
Ela deve estar inserida em uma visão mais ampla da educação para a saúde, a fim de tornar atraente as regras para uma vida saudável;
Ela tem que se apoiar em "educadores naturais", em primeiro lugar os pais e também os professores.
Em resumo, a prevenção primária é o programa que objetiva evitar a ocorrência do problema-alvo, isto é, diminuir a incidência prevenindo o uso da droga antes que ele se inicie.
A intervenção primária destina-se a duas faixas:
Jovens - enfatizando medidas como a conscientização e sensibilização para os problemas da infância e da adolescência em todos os seus aspectos (fisiológicos, psicológicos e sócio-culturais). Visa, portanto, a todos os jovens e não somente àqueles considerados como de alto risco.
Adultos - fornecendo conhecimentos básicos, provocando e favorecendo uma reflexão maior sobre os problemas abordados, bem como um maior engajamento e participação dos "educadores naturais".
Prevenção secundária
Aplicada aos problemas do consumo de drogas, a prevenção secundária é um prolongamento da prevenção primária, cada vez que esta não alcançou os objetivos pretendidos. Consiste em intervenções para evitar que um estado de
dependência se estabeleça.
É definida como uma intervenção especializada, endereçada àqueles que já manifestaram sinais de uma certa dificuldade com os psicotrópicos, em razão de um consumo indevido.
Como exemplo, podemos falar sobre o adolescente que está em dificuldades (pessoais, familiares, sociais etc.) ou que já está consumindo drogas, seja por curiosidade ou de maneira intermitente. Neste caso, apesar dele não ser um
dependente, existe um risco maior dele investir na droga.
Faz parte deste nível de intervenção uma variedade de técnicas: aquisição de conhecimento mais adequado à respeito das drogas; conscientização da pessoa em relação ao seu comportamento; suas reações às diversas circunstâncias; o significado das coisas que lhe acontecem e dos gestos que usa para determinadas situações.
A prevenção secundária visa, pois, diminuir a prevalência do problema-alvo, buscando impedir a progressão do uso uma vez iniciado.
Prevenção terciária
Aplicada às drogas, a prevenção terciária tem como objetivo essencial evitar a recaída, visando a reintegração do indivíduo na sociedade, possibilitando-lhe novas oportunidades de engajamento na escola, nos grupos de amigos, na família, no trabalho etc.
Pressupõe-se que, no caso de uso de drogas, a
dependência já esteja instalada. Neste caso, a prevenção terciária atuaria antes, durante e depois do tratamento.
Antes do tratamento, a intervenção visa auxiliar o indivíduo a formular um pedido de ajuda e o favorecimento de uma relação terapêutica efetivamente privilegiada;
Durante o tratamento, visa auxiliar para que não se rompa um processo terapêutico ou de ajuda já iniciado, bem como desdramatizar a situação sem, contudo, minimizá-la;
Depois do tratamento, visa uma ação conjugada com uma instituição voltada para a reinserção social.
A prevenção terciária objetiva, assim, diminuir as conseqüências de um uso já continuo e intenso sendo, em geral, estratégias voltadas para a reabilitação e reinserção social do indivíduo.
Em Cristo : Rodrigo Chiappetta Nascimento